quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Texto sonorizado

Hoje, quinta-feira, 26 de janeiro, os meninos da creche tiveram uma experiência sensorial diferente.

A nossa professora de música preparou uma aula especial com uns convidados especiais.

Os meninos da turma do 3.º e 4.º Anos saíram dez minutos mais cedo da aula de Estudo e, sob a orientação da docente, prepararam uma surpresa aos pequenitos da creche. 

Estes prepararam-se a jeito.



A professora Elsa enquanto lia o texto "Tempo de inverno" de António Mota os alunos sonorizavam o mesmo com instrumentos musicais.

Tempo de inverno

Quando vinha dezembro e começava o tempo de inverno, os castanheiros já estavam nus. 


Em certos dias de céu muito cinzento, apareciam no céu de Benlhevai flocos de neve. Voavam, dançavam, rodopiavam e caíam em silêncio. 



 Pouco depois, toda a aldeia ficava branca e muito sossegada.



E eu, espreitando pela janela da sala de minha casa, via pardais e melros muito negros e muito aflitos, saltitando sobre aquela brancura imensa.


Quando levantavam voo, deixavam na neve as marcas leves das suas patitas, muito menos vincadas que as dos cães e gatos que por ali já tinham passado, também aflitos e apressados.


Às vezes, nos dias frios de inverno que tomavam conta de Benlhevai, havia relâmpagos e trovões. 


De repente, caía muito granizo, e os telhados e as ruas ficavam cobertas por um lençol de pequenas bolas de gelo que refletiam o sol e demoravam muito tempo a derreter.


 Outras vezes, chovia muito, chovia sem parar em Benlhevai.


Era uma chuva miudinha, incomodativa, que molhava até aos ossos. Uma chuva muito fria que caía o dia inteiro. E de repente começavam a nascer fontes nos beirais das casas de Benlhevai, e as ruas pareciam ribeiras.


                                                                 "Tempo de inverno", António Mota, Pinguim, Gailivro, 2010

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